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Lentamente

por Lucélia Gomes


Lentamente caminho sobre essa estrada que eu mesma vou abrindo

Aplainando o chão para quem vem atrás de mim!

Meus passos são lentos, meus braços são fortes,

Posso não ir tão longe, mas serei a primeira a pisar neste chão ainda pedregoso

 

Muitos virão depois de mim e não saberão quem abriu essa estrada

Irão mais longe, verão o que eu não verei,

Mas é isso viver!

Abrir estradas para os novos viajantes avançarem além!

 

Não quero ser um caminhante que deixa pedras para desacelerar o caminho dos outros

Na gana de não ser alcançado e sempre estar em primeiro lugar.

Não!!

 

Eu me alegro ao pensar que meus filhos correrão pelos lugares que eu duramente atravessei!

Sem preocupações, sem pensar no esforço que tive

E assim terão força para desbravar novos trechos desta dolorosa jornada chamada vida

 

Não quero despejar o peso do meu passado em suas mochilas

Pois cada um traz consigo o peso de ser você mesmo e isso já basta

O peso da autenticidade traz equilíbrio para não cairmos deslumbrados com os outros Eus

Mas se em mim foram lançadas outras pedras, não preciso lançá-las

Posso usá-las para aterrar essa estrada.

 

Talvez se nos importássemos menos com o nosso brilho

e permitíssemos ser pontes uns para os outros

Estaríamos já tocando horizontes que nem passam por nossa imaginação.

 

Quero viver então assim sem ofuscar o brilho alheio,

Apenas brilhando o brilho que tenho

E quem sabe iluminando o caminho para outros que virão

 
 
 

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